As Crônicas de Gelo e Fogo

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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cuspe vira míssil em campanha educativa chinesa

Fonte: Globo Esporte.

Ultragaz.

Fonte: Desenblogue.

Schopenhauer - Recado pra quem manda mensagem anônima.

ACIMA DE TUDO, deveria ser eliminado este escudo de toda patifaria literária, o anonimato... Muitas vezes, também, o anonimato serve apenas para camuflar a obscuridade, a insignificância e a incompetência do crítico. É incrível o descaramento de certos tipos, que não recuam diante de pilhérias literárias quando sabem que estão em segurança nas sombras do anonimato... "Velhaco, diga seu nome! Pois atacar, encapuzado e disfarçado, as pessoas que passeiam mostrando seus rostos não é algo que um homem honrado faça: só os patifes e os canalhas agem assim. Portanto: velhaco, diga seu nome!".

As revistas literárias que usam o anonimato são propriamente o lugar onde, sem punição alguma, a ignorância possui seu tribunal para julgar a erudição, e a burrice, para julgar a inteligência, o lugar onde o público enganado impunemente, tem seu dinheiro e seu tempo roubados por meio do elogio aos maus escritores. Nesse caso, o anonimato não é a fortaleza segura de toda patifaria literária e publicista?Schopenhauer em "A arte de escrever" L&PM, p. 74.

Fonte: site do Ricardo Gondim.

Passou batido... (4)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

A contagem regressiva de 1968, “o ano que não terminou”

Na época, não passava pela cabeça de ninguém que aquele ano, 1968, teria uma importância histórica tão grande. O cartunista brasileiro Angeli era um adolescente de 12 anos, mas já sentia, como ele diz hoje, “o cheiro de alguma coisa, que eu não entendia, mas sabia que estava acontecendo”. Se os anos 60 são “a década que mudou tudo”, o ano de 1968 é o mais importante da década e maio é o mês mais importante do ano. O jornalista Zuenir Ventura acertou em cheio ao dar o título “1968 - O Ano que Não Terminou” ao seu livro sobre aquele ano (400 mil exemplares vendidos).
Para compreender a importância histórica de 1968, é bom reunir os seguintes depoimentos de brasileiros e estrangeiros:
Edgar Morin, 87, pensador francês - “1968 foi, antes de mais nada, um ano de revolta estudantil e juvenil, numa onda que atingiu países de naturezas sociais e estruturas tão diferentes como Egito, Estados Unidos, Polônia... O denominador comum é uma revolta contra a autoridade do Estado e da família.”
Michel Maffesoli, 64, sociólogo francês - “1968 se mostrou uma revolução subterrânea que reformou as pequenas esferas do trabalho, da família e da escola. Transformou nossa maneira de falar, de sentir. Foi uma verdadeira liberação dos costumes [...] Maio de 68 marcou o início da pós-modernidade.”
Zuenir Ventura, 77, jornalista brasileiro - “[Em 1968] ou jovens eram muito agressivos e respondiam: ‘Não confie em ninguém com mais de 30 anos’ [...] Havia uma certa utopia ingênua ao achar que as drogas poderiam ser instrumento de abertura das consciências. Mas essa realidade se mostrou perversa.”
Nicolas Sarkozy, 53, presidente da França - “O legado do Maio de 68 impôs a idéia de que não existia mais qualquer diferença entre bom e mau, verdade e falsidade, beleza e feiúra. Sua herança introduziu o cinismo na sociedade e na política.”
José Eli da Veiga, 60, professor de economia na USP - “O que o fundamental Maio de 1968 desencadeou entre os jovens foi uma adesão a valores e causas estranhas aos seus pais e avós, marcados pelas circunstâncias de duas guerras mundiais que abriram e fecharam a maior crise capitalista.”
Maria Clara Bingemer, 58, teóloga e professora da USP - “[Em 1968] o movimento “hippie” estava no auge, com seu lema ‘faça o amor, não faça guerra’. A juventude recusou o mundo legado por seus pais, encharcado do sangue de duas guerras mundiais, da tensão da Guerra Fria e do assassinato em massa na Guerra do Vietnã. E o caminho que encontrou para seu protesto foi redescobrir a natureza, a liberdade das relações sexuais, o sexo sem conseqüências, garantido pela pílula anticoncepcional que as mulheres começaram a tomar para evitar a gravidez indesejada [...] O ano de 1968 foi marcado pela rejeição a todo autoritarismo e totalitarismo, afetando a interlocução e o diálogo entre gerações e estamentos da sociedade.”
Michael de Certeau, 61, jesuíta francês - “Em maio de 1968 tomou-se a palavra como tomou-se a Bastilha em 1789.”
Miriam Goldenberg, antropóloga e professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro - “Os eventos do Maio de 68 na França podem ser interpretados como o estopim de uma série de transformações políticas e comportamentais ocorridas na segunda metade do século 20 e que tiveram como eixos centrais: o desejo de liberdade, a busca de prazer sem limite, a recusa de qualquer forma de controle e de autoridade e a defesa da igualdade entre homens e mulheres (...) Para os jovens estudantes franceses do Maio de 68, liberdade, felicidade e prazer eram elementos inseparáveis de uma revolução cujo lema era: ‘É proibido proibir’.”
Boris Groys, 61, filósofo - “O ano de 1968 foi o afluxo súbito de energia. Por todo o mundo - em Moscou, em Praga, na América, na China, em Paris, na Alemanha - muitas pessoas começaram a reivindicar: ‘queremos fazer qualquer coisa sem ter de fazê-lo’.”
Jacques Rancière, professor na Universidade de Paris 8 - “Maio de 68 tornou-se retrospectivamente o movimento de uma juventude impaciente para gozar todas as promessas do livre consumo do sexo e das mercadorias. [...] O movimento de 1968, depois de ser reduzido a transbordamentos da juventude sem conseqüência para a ordem social, viu-se carregado, ao inverso, de um peso histórico desastroso [...]. Ao transformar a sociedade inteira em uma agregação de consumidores narcisistas, desligados de qualquer elo social, ele garantiu o triunfo definitivo do mercado capitalista [...]. Maio de 68 estava consagrado como o providencial salvador do capitalismo.”
Slavoj Zizek, 59, filósofo esloveno - “Os eventos explosivos visíveis [de 1968] foram, em última instância, o resultado de um desequilíbrio estrutural - a passagem de uma forma de dominação para outra [...]. O que sobreviveu da libertação sexual dos anos 1960 foi o hedonismo tolerante, facilmente incorporado a nossa ideologia hegemônica: hoje o prazer sexual não apenas é permitido, é ordenado - os indivíduos se sentem culpados quando não podem desfrutá-lo.”
Daniel Cohn-Bendit, 63, deputado no Parlamento Europeu, do Partido Verde Alemão - “[Em maio de 1968] não conhecíamos a aids nem degradações climáticas nem provações da globalização, do desemprego. Éramos prometéicos. Tudo parecia possível. O futuro nos pertencia. [...] É muito mais angustiante ser jovem hoje do que há 40 anos. Mas quem tem vontade de se revoltar se revolta! [...] Em todo caso, 1968 não deve ser visto como modelo. Retenham simplesmente que existem momentos históricos em que alguma coisa explode - um desejo de fazer avançar, de transformar a sociedade -, e que isso pode funcionar.”
Foi exatamente em janeiro de 1968, nesse ano completamente doido que reúne e colhe as tragédias dos anos anteriores mais doidos ainda, que o então jornal Ultimato começou a sua carreira, meio ingenuamente, mas, ao mesmo tempo, certo de que alguma coisa estava acontecendo. O primeiro parágrafo do primeiro artigo publicado na primeira página da primeira edição dizia solenemente:
“A contagem regressiva do tempo [o ano de 1968] começou: 366, 365, 364, 363... A 31 de dezembro teremos chegado ao fim, ao último número, e haverá a explosão de júbilo ou de tristeza. De júbilo, se houver ações de graças. De tristeza, se houver remorso e reconhecimento tardio de culpa e de erro. Moisés foi muito sensato quando pediu a Deus: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12). Esta deve ser a nossa oração no limiar deste novo ano. A vitória está condicionada a certos meios de graça à nossa disposição!”

Fonte: Ultimato.

Mala o quê?

Malafaia, o censor

Jehozadak Pereira (26/07/2008)

Só ontem recebi a Veja de duas semanas atrás, e e li o sabão que a revista passou no Silas Malafaia, que depois do “Passando o Manto” mandou que ouvintes seus escrevessem para a redação reclamando de um artigo publicado.
É realmente uma pena que 1.452 pessoas tenham dado ouvidos a este mercador de livros medíocres que ele diz que escreve terem reclamado. Silas quer ter o poder de um censor e se pudesse extirpava tudo aquilo que não o agrada da imprensa.
Aliás, ele quer posar de coerente, mas o que lhe sobra são incoerências tantas que vale a pena lembrar só de algumas. Quando resolveu apoiar o tal do
Garotinho, meteu o pau no então candidato Lula, para pouco depois quando o seu candidato ter perdido a eleição, apoiar “incondicionalmente” o futuro presidente da república. Claro que sem nenhum interesse.
Uma vez foi falar numa igreja em Boston e diante da oferta que recebeu, derramou-se em elogios ao líder da igreja de um modo desconcertante. Tempos depois quando as coisas por lá tomaram outro rumo, foi o primeiro a desancar o homem. Só que quando ele - Silas, esteve pregando lá, as coisas já não iam bem, e o seu faro de “profeta” falhou, afinal importava era a grana que logicamente não foi devolvida, pois a fisiologia do reverendo é a mesma do lagarto - jamais vomitar o que come.
Quem não se lembra dele - Silas, falando mal do G12 e do Terranova? Pois bem, quem é o mais novo amiguinho dele? Bingo! Acertaram! Até pregaram juntos no tal do “Passando o Manto”. Poderia escrever outras dezenas de contradições de Malafaia, mas penso que por enquanto estas bastam.
Outro dia mesmo, falou mal do
Edir Macedo e da IURD e foi solenemente ignorado. Ele disse que estava falando “em amor”, mas na realidade foi ingênuo o tempo todo ao não ver onde o bispo Macedo chegaria, ou melhor, o seu faro de “profetão” falhou de novo.
Tempos atrás ele pregou na igreja onde eu congrego, e foi uma mensagem tão ordinária, tão fraquinha, tão xinfrim que fiquei com pena das pessoas que estavam lá. Ele perdeu, ou melhor, tomou mais tempo tentando vender seus livros porcarias, do que falando para a edificação do povo.
Agora resolve atacar a Veja, em mais uma atitude incoerente da sua parte, entre tantas que já teve ao longo da vida.
Claro que a questão do
homossexualismo é delicada e meu ponto de vista é sempre o bíblico, mas querer colocar a Veja como inimiga dos cristãos é o fim da picada, além de ser uma manipulação terrível, tal como ele faz com a Globo, xinga, xinga, xinga, mas morre de vontade de pregar lá.
Quer maior incoerência do que esta?

PS: Uma coisa chamou minha atenção. Já repararam que o reverendo se gaba de ser a “voz” dos evangélicos no Brasil, não conseguiu eleger o Garotinho a presidente e quando “ordena” que o “seu” povo entulhe a Veja de cartas e e-mails, somente mil e poucos gatos pingados o fazem? Será que com todo o seu “prestígio” ele conseguiria eleger o síndico de um prédio?

"Voz dos evangélicos do Brasil" ou voz de uma dúzia de centenas. Para um país com aproximadamente 190 milhões de habitantes e com aproximadamente 15% desta população se dizendo cristão (aprox. 29 milhões), Malafaia teria que ter arrebanhado um nº bem superior aos 1.452 que protestaram contra a Veja a pedido do pastor. Detalhe: ainda tratam os evangélicos do Brasil como um grupo coeso, e não somos; também não gosto da Veja devido a sua visão ultradireitista, mas não perco meu tempo enviando email para ela; e o Mala deveria delimitar o seu público e parar de generalizar.

Reprovado pela audiência.

Público obriga apresentador de TV a tirar bigode no intervalo de programa
'Minha mulher disse que eu ficava mais bonito', disse Rikard Palm, do canal sueco SVT.Ele foi reprovado pela audiência e retomou o visual original durante o intervalo.

Do G1.

O novo visual de Rikard Palm, apresentador do programa de notícias Rapport, no canal sueco SVT, durou pouco mais de uma hora em rede nacional.

O âncora, de 47 anos, voltava de férias com uma novidade: bigode. "Deixei o bigode crescer antes de voltar ao trabalho por que minha mulher disse que eu ficava mais bonito", disse Rikard ao site "Aftonbladet.se".

Mas a audiência, chocada, não concordou com a senhora Palm e fez valer seu direito de interferir na programação do canal público.

Segundo o site "Cadenaser.com", os telespectadores começaram a telefonar para o canal, exigindo que Rikard retomasse o visual antigo.

"Os telefones não paravam de tocar. Todos estavam muito chateados", disse Rikard.

O âncora começou a apresentar o programa no final de semana às 18h locais e, às 19h30, já havia abandonado o novo visual.
"Mais bonito"? A mulher quis dizer que ele ficava menos feio... mas pra falar a verdade, ficou tudo uma porcaria só.

Olhos vermelhos.

Britânicas usam lentes de contato vermelhas contra a poluição na China
Jogadoras da seleção de hóquei sobre grama adotam visual assustador para proteger a vista durante os Jogos Olímpicos de Pequim

GLOBOESPORTE.COM


terça-feira, 29 de julho de 2008

Toque de Midas...

Parabéns, Sirlei! Realmente, esse menino vai longe...

Uberlandense vence concurso Nacional de design
O concurso foi promovido para profissionais gráficos e estudantes


Lucas Barbosa
Repórter

Ele não nasceu no Nordeste, mas se identifica com está região brasileira. Agora, graças a essa paixão e à criatividade, o uberlandense Sirlei Oliveira de Souza Júnior vai conhecer as principais capitais das artes do mundo, acompanhado de sua esposa, Leane Waknin Inácio de Souza.

Inspirado na cultura nordestina, especificamente no artesanato com areia colorida feito em garrafinhas de vidro, Sirlei customizou o personagem Buddy, ícone do Windows Live Messenger, da Microsoft. Seu desenho, lhe rendeu o primeiro lugar no concurso “Fazendo Arte com Buddy”, realizado pela Microsoft por meio da Agência Decidindo e em parceria com a marca de cadernos Tilibra e o Banco Real.

(...) Sirlei e sua esposa vão conhecer os principais pontos turísticos de Madrid, Paris e Londres, com todas as despesas de viagem, hospedagem, alimentação e translados pagos. A viagem tem duração de 12 dias. “Minha alegria em ganhar este concurso não é somente pela sua dimensão, mas pelo que isso vai acrescentar na minha vida. Essa viagem era um sonho que sempre tive e que vai se tornar realidade”, afirmou.

(...) As imagens criadas serão usadas como capas de uma nova linha de cadernos Tilibra, que será lançada no mercado até o fim do ano (sem data prevista). Os desenhos também poderão ser utilizados pela Microsoft.

O concurso foi divulgado nas 80 maiores faculdades brasileiras de designer, mas Sirlei só ficou sabendo por meio de um site da internet. Sua inscrição foi feita duas semanas antes do encerramento e ele gastou apenas duas horas para customizar o Buddy. Apesar de participar e saber dos prêmios que os ganhadores receberiam, Sirlei disse que não imaginava que ganharia em primeiro lugar. “Nunca imaginei que conquistaria algum prêmio. Agora vou realizar o meu sonho que sempre foi visitar Londres”, afirmou.

Talento notado aos 7 anos

A desenvoltura de Sirlei Oliveira de Souza Júnior para desenhar começou a ser observada por seus pais quando ele tinha 7 anos de idade. Daí em diante, eles investiram e incentivaram o seu talento com as artes. Aos 16 anos, ele deixou os desenhos de lado e resolveu participar de um grupo de teatro e dança, que promovia artes circenses em escolas públicas de Uberlândia. Em 2005, já com 23 anos, teve o seu primeiro contato com o programa de arte gráfica, Corel Draw. Sirlei volto a desenhar com freqüência e aprimorou sua experiência com o programa.

Hoje, ele faz o segundo período do curso de designer em uma faculdade particular da cidade e trabalha como freelancer criando logomarcas, ilustrações e caricaturas. “Não pretendo sair de Uberlândia. Quero terminar a faculdade, criar um portfólio e continuar trabalhando na área”, disse.

Os interessados em conhecer os trabalhos feitos por Sirlei podem acessar o site www.sirlei.com.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Alguém aí arrisca sentar nesta cadeira?

Para os caras que, além de mudarem o visual, também queiram mudar de sexo...

Matemática do relógio.

Extraído do Pavablog.

Georgia On My Mind - Ray Charles


Georgia, Georgia, durante todo o dia
Georgia, Georgia, the whole day through

Simplesmente uma velha e doce canção
Just an old sweet song

Mantém Georgia na minha mente
Keeps Georgia on my mind


Eu estou em Georgia, Georgia
I say Georgia, Georgia

Uma canção para você
A song for you

Vem tão doce e clara como a luz da lua através dos pinheiros
Comes as sweet and clear as moonlight through the pines

Outros braços se esticam lá fora para mim
Other arms reach out to me

Outros olhos sorriem ternamente
Other eyes smile tenderly


Ainda em pacíficos sonhos eu vejo
Still in peaceful dreams I see

A estrada leva de volta para você
The road leads back to you

Eu estou em Georgia, ó Georgia, nenhuma paz eu encontro
I say Georgia, oh Georgia, no peace I find

Simplesmente uma velha e doce canção
Just an old sweet song

Mantém Georgia na minha mente
Keeps Georgia on my mind


Fonte: Vagalume.

Funk, religião e ironia...

ARTIGO

Funk, religião e ironia no mundo de Mr. Catra


Mylene Mizrahi


RESUMO


A singularidade de Mr. Catra, cantor e performer de funk, consiste em, ao reunir religião a um universo tradicionalmente classificado como erótico ou violento, permitir-nos articular as suas criação e visão de mundo ao ponto de vista dos jovens moradores da favela. O discurso em torno do divino, presente nas performances do artista, é aprofundado em seu dia-a-dia, e se revela como meio para a expressão de seu posicionamento político. Mas se esta é a forma privilegiada por Mr. Catra para explicitar o seu modo de entender o mundo, é a ironia, engenhosamente exercitada pelo artista, que nos possibilita ver como o funk, de modo amplo, é hábil em desestabilizar o poder através da manipulação subversiva de símbolos culturais caros à autoridade opressora.

Palavras-chave: funk, arte, violência, cosmologia, ironia.

Fonte e artigo completo: Scielo Brasil.

domingo, 27 de julho de 2008

outro Deus.

Por que “outro Deus”? Para responder, preciso fazer uma confissão: gosto de Marx (1818 – 1883), Nietzsche (1844-1900), Freud (1856-1939), Sartre (1905 – 1980), e outros caras do tipo.
Gosto porque são passionais, ou melhor, prefiro dizer viscerais, e honestos, pelo menos no que escreveram. Gosto porque suas perguntas deixam os religiosos, como eu, por exemplo, no canto da parede.
Note bem: suas perguntas não têm nada a ver com Deus; têm tudo a ver com os religiosos, ou se você preferir, com a idéia religiosa de Deus, o que Saramago chamou de “fator Deus” – a maneira como Deus é percebido, crido, tratado pelos que nele crêem.
A religião, no sentido de “fator Deus”, de fato, é um esconderijo para gente alienada, covarde e infantil. Não são poucos os que se apegam ao “fator Deus” em busca de consolo para sua infelicidade na existência e sobrevivem do sonho do paraíso pós morte, deixando a história entregue aos oportunistas.
Muita gente procura em Deus o pai que nunca teve e ou gostaria de ter tido, isto é, aquele protetor e provedor incondicional, para quem se corre quando a vida faz careta. Outros há que se recolhem em Deus fugindo exatamente da possibilidade de encarar as caretas da vida, numa recusa em assumir a responsabilidade de escrever uma biografia digna, entregando tudo aos desígnios determinados pelo céu, a famosa vontade de Deus.
Por que “outro Deus”? Porque um Deus que gera alienados, infantis e covardes não é Deus, é um deus. Um Deus “costas largas”, como diz minha mãe, responsabilizado por todas as mazelas da vida, e é cobrado por solucionar rápido o desconforto dos seus fiéis, não é Deus, mas um deus, isto é, um ídolo.
Mas há coisa pior do que ser alienado, infantil e covarde. Dizem que pouca gente faz tanto mal quanto os estúpidos engajados, os idiotas trabalhadores. Quando o sujeito é um estúpido ou idiota preguiçoso, passivo, causa pouco estrago. Mas quando o sujeito é dedicado, comprometido, voluntarioso, então o estrago é grande.
Eles descambam para os fundamentalismos, promovem os sectarismos, abusam de sua pseudo autoridade, manipulam gente piedosa, usam a religião em benefício próprio, instrumentalizam o nome de Deus, e transformam o que seria esperança em niilismo e cinismo. Estes tais serviram para Nietzsche justificar sua angústia: “Se mais remidos se parecessem os remidos, mais fácil me seria crer no redentor”.

Ed René Kivitz é escritor, conferencista e pastor da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo.

Fonte: outro Deus.

sábado, 26 de julho de 2008

A cidade.


Apesar das cores dos cartazes espalhados, esta cidade é cinza.
Letreiros eletrônicos, multicores, multiformes,
mas na verdade tudo é cinza.

Pessoas andam em todas as direções.
Veículos transitam em todas as direções.
A vida segue para apenas uma direção.

Onde está a cor e o calor desta cidade?
Leandro Ferraz Pereira, Uberlândia, julho de 2008

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Bom fim de semana a todos... e cuidado com a Lei Seca.

Email enviado por Carla Fernandes.

Pequenos espaços, grandes problemas

Daniel Cariello

CHÉRI À PARIS / CRÔNICAS FRANCESAS (27/06/2008)

Julien Drouot não acreditou quando o cara da tevê anunciou o seu nome, e sacudiu Annie, que dormia ao lado.
— Eu ganhei. Ganhei, Annie. É minha!
— Ganhou o quê, Julien?
— A televisão de 150 polegadas, tela plana, totalmente digital, som estéreo futurista e disco rígido interno. Tem até despertador automático, com uma imagem holográfica do Charles Aznavour cantando La Bohème na nossa própria sala. Uma maravilha tecnológica.
— Que história é essa?
— Eles fizeram uma pergunta, e aí escolheram a resposta mais criativa.
— Que pergunta?
— "Qual a diferença entre a mulher e a televisão?"
— E o que você respondeu?
— O controle remoto!
— Você continua de uma finesse sem par, Julien. Mas me diga então onde vamos colocar essa outra tevê. Não vai caber nos nossos quinze metros quadrados.
— São dezesseis e meio, Annie. E eu já pensei em tudo. A gente pode botá-la no lugar daquele objeto marrom ali na parede, que eu nem sei bem pra que serve.
— Aquele objeto marrom ali na parede é o armário de louça. E você não sabe pra que serve porque nunca lavou um só copo na vida.
— Não é verdade. Semana passada eu lavei dois. Tá certo que um deles escorregou e quebrou, mas o outro ficou inteirinho.
— Foi por essas e outras que ontem comprei um lava-louças.
— Um lava-louças? E em que lugar vamos pôr esse monstro?
— Não se preocupe, Julien. Minha mãe vai ajudar a organizar tudo.
— Sua mãe?
— Ela chega na quinta.
— Agora são dois monstros...
— Dessa vez não fica muito tempo não, só um mês.
— Um mês?
— Chato, né? Eu também queria que fosse mais, mas ela disse que não gosta de incomodar.
— Por mim, tudo bem. Só que a velha vai ter que dividir o sofá com o Clement Diderot, que vem passar uma semana em Paris e pediu pra dormir aqui em casa.
— Clement Diderot, o gordo roncador?
— O próprio. Ele vem defender o título do Campeonato Francês de Arroto.
— Ele é asqueroso! Minha mãe não vai agüentar ficar aqui.
— Olha que sorte: eu conheço um hotel baratinho e super limpo a quatorze estações de metrô daqui. Quinze, talvez. Ela vai adorar.
— Você nunca fica feliz quando minha mãe vem.
— Não é verdade. Ela diz coisas que eu adoro.
— Jura?
— Claro.
— O quê?
— "Estou indo embora", por exemplo.
— Julien, você é um grande cretino.
— Annie, você é uma chata de galochas.
— Amanhã me mudo pra casa da minha amiga Marie.
— Não precisa se incomodar. Vou agora mesmo pro apartamento do Pierre. Sábado passo pra pegar minhas coisas.
— Aproveita e leva as suas cuecas furadas, que só entopem as gavetas.
— Pode deixar. Assim você vai ter mais espaço pra todos aqueles tubos e potes de pastas e pomadas.
— Saiba que são cremes de beleza caríssimos.
— E por que não funcionam?
— Suma!
— Fui.
Julien sai e bate a porta. Mas volta minutos depois, com a voz doce e um sorriso no rosto, e entrega um bilhete à Annie. Ela sorri também.
— Annie, pensei bem e tenho uma coisa super importante pra te dizer.
— Diga, mon amour.
— Você pode mandar a televisão nova pra esse endereço aqui?


Fonte: Diplo.

Leia também: Eu X Zidane; Procura-se pão francês e Um quadro, três histórias.

Relicário

Nando Reis

É uma índia com colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o A de que cor?

O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou

E são dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai e o avô
Como um gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou

O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso deste amor

Corre a lua porque longe vai?
Sobe o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite

Porque está amanhecendo?
Peço o contrario, ver o sol se por
Porque está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for

Quem nesse mundo faz o que há durar
Pura semente dura: o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou

O que você está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor, ôôôô...
O que você está dizendo?
Um relicário imenso deste amor

O que você está dizendo?
O que você está fazendo?
Por que que está fazendo assim?
...está fazendo assim?

Nada de novo

Ricardo Miyake

Diplo (19/07/2008)

Esta cidade de veias escuras
Arrasta consigo pessoas idem:
Apenas uma e outra ainda riem
Mas não sabe de quê, ou quem.
Nem por quê. Acresce levarem
Junto ao corpo os farrapos
Do que um dia foram e seus olhos
Mirarem um ponto além ou aquém,
Mas estão sempre felizes,
E isso, ao cabo, é o que sobra
Depois do esforço cotidiano
De se arrastar em ônibus cheirando a vômito
Em troca de um feijão com arroz pastoso
E gente mais ou menos igual.

O dia nasceu há pouco, e o sol
Promete mais odores de dentro dos esgotos.
Mas nada há de novo:
Pessoas, cidade, feijão, arroz e vômitos
Têm todos precisamente o mesmo gosto.

Reunião dos mais famosos do mundo.

Email enviado por Carla Fernandes.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Além? Quem fala?

Fonte: Desenblogue.

Apologia do Óbvio

Email enviado por Carla Fernandes.

A última ceia

Fonte: Fotografe+.

Momento escatológico

A palavra mais rica da língua portuguesa (nem o Aurélio definiu tão bem) é a palavra MERDA. Esta versátil palavra, pode mesmo ser considerada um coringa da língua portuguesa. Vejam os exemplos a seguir:

1) Como indicação geográfica:- Onde fica essa MERDA?
2) Como indicação geográfica:- Vá a MERDA!
3) Como indicação geográfica:- 17:00h - vou embora dessa MERDA.
4) Como substantivo qualificativo:- Você é um MERDA!
5) Como auxiliar quantitativo:- Trabalho pra caramba e não ganho MERDA nenhuma!
6) Como indicador de especialização profissional:- Ele só faz MERDA.
7) Como indicativo de MBA:- Ele faz muita MERDA.
8) Como sinônimo de covarde:- Seu MERDA!
9) Como questionamento dirigido:- Fez MERDA, né?
10) Como indicador visual:- Não se enxerga MERDA nenhuma!
11) Como elemento de indicação do caminho a ser percorrido:- Por que você não vai a MERDA?
12) Como especulação de conhecimento e surpresa:- Que MERDA é essa?
13) Como constatação da situação financeira de um indivíduo:- Ele está na MERDA...
14) Como indicador de ressentimento natalino:- Não ganhei MERDA nenhuma de presente!
15) Como indicador de admiração:- Puta MERDA! 16) Como indicador de rejeição:- Puta MERDA!
17) Como indicador de espécie:- O que esse MERDA pensa que é?
18) Como indicador de continuidade:- Tô na mesma MERDA de sempre.
19) Como indicador de desordem:- Tá tudo uma MERDA!
20) Como constatação científica dos resultados da alquimia:- Tudo o que ele toca vira MERDA!
21) Como resultado aplicativo:- Deu MERDA.
22) Como indicador de performance esportiva:- O Corinthians não está jogando MERDA nenhuma!
23) Como constatação negativa:- Que MERDA!
24) Como classificação literária:Eta textinho de MERDA!
25) Como qualificação de governo:- Este governo só faz MERDA!
26) Como situação de 'orgulho/metidez' :- Ela se acha e não tem MERDA nenhuma!
27) Como indicativo de ocupação:- Para você ter lido até aqui, é sinal que não está fazendo MERDA nenhuma!

Postado por Pavablog.

Grande defesa de um grande goleiro.

INFELIZMENTE, perdemos para o Internacional gaúcho, mas essa defesa do Ceni foi espetacular.

Olho socialista.

Cartoons By Michael Ramirez. IDBeditorials.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

“A Igreja anda pulando a cerca”

por Carlos Fernandes
Entrevista com João Alexandre, autor do polêmico sucesso É proibido pensar.

João Alexandre tem apenas 43 anos, mas já pode ser considerado uma referência da música evangélica brasileira. Como artista, ele se considera fruto do trabalho de pioneiros como os Vencedores por Cristo, iniciado quando ele ainda era criança – mas seu som é de gente grande. Instrumentista, cantor e compositor dos mais celebrados por aqueles que curtem música cristã como arte, e não apenas veículo de evangelização, João tem muitos fãs Brasil afora. Mas não é muito chegado às badalações do showbiz gospel nacional. Talvez por isso, não tenha estourado nas paradas de sucesso do segmento nem vendido milhões de discos. Mas não importa– para ele, o que vale mesmo é cantar coisas sobre a essência de Deus, título de uma das suas mais conhecidas canções.

Nesta conversa com CRISTIANISMO HOJE, João Alexandre fala de música, carreira, vida com Deus e fé. E, como não poderia deixar de ser, analisa a repercussão de seu último e mais polêmico trabalho, É proibido pensar, no qual bate pesado em algumas das mazelas da Igreja Evangélica contemporânea. E o fez sem rancor, mas conscientemente: “Prefiro cantar o que as pessoas precisam ouvir”, dispara.

CRISTIANISMO HOJE - É proibido pensar, seu último trabalho, teve intensa repercussão dentro e fora do segmento evangélico. Você esperava tamanha visibilidade?

JOÃO ALEXANDRE - Sem dúvida nenhuma, tal visibilidade se deve à internet. O vídeo criado por um internauta em cima da faixa-título do CD, colocado no YouTube, acabou, no fim das contas, por mostrar de forma mais direta o significado de alguns de meus versos, antes só compreendidos pelo nicho evangélico. O vídeo também contribuiu para mostrar aos que não são evangélicos que nem todos os crentes pensam do mesmo jeito ou concordam sobre a realidade atual das igrejas no Brasil.

O vídeo teve, até o fim de junho, mais de 150 mil visitas. Você conhece o autor?
Conheci o autor só na internet e, curiosamente, descobri que ele também gosta de alguns grupos e cantores que poderiam bem se encaixar no seu próprio vídeo, junto com os outros que colocou. Então, enquanto para mim a música foi uma questão de posicionamento pessoal e crítica diante das falcatruas pregadas no meio evangélico, chego à conclusão de que houve também uma questão de marketing pessoal por parte dele.

Em quê você pensou para fazer a música?
Pensei na superficialidade, na irrelevância e na impertinência que caracteriza o discurso evangélico de hoje. Temos uma verdadeira chuva de evangelhos diferentes, transformando-nos mais em clientes que acham que o Todo-Poderoso precisa se adaptar ao nosso jeito de viver e aos nossos caprichos. Acontece que só existe um Evangelho a ser pregado, o verdadeiro e eterno!

Que tipos de reação, favoráveis e desfavoráveis, você recebeu a partir do lançamento de É proibido pensar?
Houve de tudo um pouco. Irmãos mais chegados chegaram a me telefonar para saber se eu estava bem ou abatido com as críticas; outros pensaram que eu estava desviado dos caminhos do Senhor. Recebi e-mails me encorajando e me ofendendo - um deles, bem engraçado, cheio de erros de português e me classificando como "enfeliz" e "impócrita". Outras mensagens diziam que eu preciso me converter e me acusaram de ter feito a música para vender CD. Mas estou bem tranqüilo e não perdi o sono por causa disso. Levei quase três anos para compor É proibido pensar, depois de ouvir muitos conselhos de irmãos e amigos. Não é de hoje que tenho vergonha de ser chamado de evangélico; prefiro o título de cristão, pois fica mais parecido com Cristo, o noivo, e menos comprometedor em relação à Igreja, a noiva. Isso porque o primeiro permanece fiel, mas a segunda anda pulando a cerca...

Existe um pensamento no meio evangélico de que líderes e ministérios são, de certa forma, intocáveis. A crítica é tratada como rebeldia. Dentro deste raciocínio, a citação de nomes e ministérios na música não foi uma atitude perigosa para sua imagem como artista evangélico?
É muito engraçada a atitude de alguns músicos e líderes que conheço. A grande maioria que ouviu a canção concorda comigo em número, gênero e grau - mas, na hora em que os desafio a caminhar junto comigo, levantando a bandeira da verdade, pulam fora, sob o discurso covarde de que existem poucos profetas e eles são assim mesmo, não conseguem se calar. Dentro de mim, muitas vezes, bate aquele sentimento de que estou sozinho mesmo, denunciando o que todos vêem mas não têm coragem de dizer. Para ser bem sincero, às vezes me sinto um boi de piranha. Existem raras exceções, mas os músicos e líderes, mesmo concordando comigo, preferem manter sua imagem de sempre, adoçando milhões de ouvidos, cantando e pregando o que todo mundo gosta de ouvir. Pois bem, eu prefiro cantar os que as pessoas precisam ouvir.

Há um nítido antagonismo entre o trabalho musical feito na época do início de sua carreira e a chamada música gospel, que se popularizou em meados dos anos 1990. Quais são as principais diferenças entre as duas fases?
Eu tenho 43 anos. Meus ouvidos foram influenciados por compositores fantásticos e muito profícuos, como Milton Nascimento, Chico Buarque, todo pessoal do Clube de Esquina, a bossa nova com Tom Jobim etc. Naquele tempo, o cantor e sua música tinham o objetivo de levar pessoas ao crescimento intelectual e cultural também. Assim sendo, os compositores cristãos da época, seguindo a influência dos músicos populares, compunham suas canções para levar as pessoas até Jesus, preocupados com poesia e uma musicalidade bem estruturada. Hoje, vê-se que a música e mesmo o nome de Jesus são estratégias de marketing para que se chegue a alguém - que pode ser o próprio cantor ou ainda a denominação ou movimento que o patrocina. O lance é vender imagens, na maioria das vezes, ricas em promoção e paupérrimas em conteúdo musical, espiritual e profético. No Brasil, o termo gospel foi importado para dentro das igrejas como estratégia de marketing, pois nada tem a ver conosco, começando pelo nome - e a gente, infelizmente, ainda se contenta em ser americano de segunda ao invés de brasileiro de primeira. O cenário atual é um reflexo da influência da cultura desmiolada das massas.

Quarenta anos depois do surgimento dos Vencedores por Cristo, qual seu legado para a Igreja brasileira hoje?
Não há como negar todo o legado plantado por gente que fez parte desse trabalho, como Sérgio Pimenta, Nelson Bomilcar, Guilherme Kerr, Aristeu Pires, entre tantos outros. Foram eles que primeiro plantaram algo brasileiro neste país, menos importado, descolonizando. Eles, por assim dizer, deram a cara da música cristã brasileira.

Que artistas você destaca na música evangélica brasileira de hoje?
Eu posso ser injusto neste momento, me esquecendo de muita gente, já que o Brasil é um celeiro de compositores maravilhosos. Mas, vamos lá: Stênio e Edílson Nogueira; Glauber Placa; Gladir Cabral; Silvestre Khulman; Sérgio e Marivone; Grupo Expresso Luz; Carlinhos Veiga; Sal da Terra; Roberto Diamanso; Gerson Borges; Jorge Camargo; Gláucia Carvalho; Arlindo Lima; Tiago Viana... Como trabalhos mais recentes, tem o Crombie, de Niterói, no Rio de Janeiro. Seu som é para ser ouvido e degustado.

Você costuma adotar posição crítica em relação ao trabalho das grandes gravadoras evangélicas, sobretudo em relação à ênfase que dão no aspecto comercial. No momento em que as vendagens de CDs sofrem forte queda, a partir da disseminação da música digital e do advento da pirataria, que futuro você vislumbra para estas empresas? O que deve lhes acontecer nesta era de MP3, YouTube e internet?
Isso já havia sido, digamos, profetizado. Refiro-me à quebra das gravadoras. Quando o dinheiro se transforma em objetivo ao invés de conseqüência, é inevitável que a coisa desande mesmo. O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Cada um segue seu caminho independente e o músico, daqui para a frente, viverá de suas apresentações e de suas vendas ao vivo, bem mais do que das lojas que vendem seus CDs. Claro que ainda existe muita gente que compra CD simplesmente em apoio ao trabalho dos músicos que admiram e amam. O problema do Brasil sempre foi a impunidade, e o músico, pirateado, copiado e estuprado em sua arte, depende totalmente de Deus para sobreviver. O pessoal faz de tudo, desde tocar em casamento até dar aulas particulares. Mas só se estabiliza quem tem competência, é claro. Confesso que pensar no assunto me deixa um pouco incomodado, mas tenho Jesus e minha família e isso é tudo o que importa na vida. O jeito é olhar para os lírios do campo. Mesmo sabendo que essa opção poderia me custar muitos CDs a menos vendidos, saí das estruturas das poderosas gravadoras evangélicas. Meti as caras mesmo, e com o apoio incondicional de minha mulher e meu filho, escolhi caminhar profissionalmente sozinho e agradar a um ouvido só, o de Deus.

Incluir a participação de Tirza e Felipe em sua carreira foi uma opção pensada ou algo que simplesmente ocorreu?
Eles são a minha melhor parte. Sem eles, não sou ninguém. Nenhum tipo de sucesso compensaria um fracasso dentro de casa; eu sacrificaria meu talento, meu violão e até a minha voz, se precisasse, em favor de estar com eles, que me amam pelo que sou e não só pelo que faço. Minha família me autentica a viver o que canto e a cantar o que vivo. Além disso, ainda são parte do meu trabalho, sou abençoado e privilegiado por tê-los vivendo e trabalhando ao meu lado. O Felipe já toca música instrumental profissionalmente e tem sido uma luz e um testemunho vivo de Jesus no meio de outros músicos, graças a Deus.

Além de cantor e compositor, você também é um requisitado produtor musical. O que tem feito ultimamente, em termos profissionais?
Tenho um home studio, que construí em minha casa, que fica em Paulínia, São Paulo. É uma estrutura bem simples, básica e funcional, onde arranjo, gravo e faço 99% de minhas produções. Minha atividade de arranjador, embora exija mais tempo e me dê pouco retorno financeiro, é extremamente prazerosa, já que acaba por me dar a oportunidade de me tornar quase um segundo compositor das canções de outros irmãos. Ter pessoas que acreditam e confiam suas canções ao meu trabalho de arranjador e produtor musical é um presente de Deus e uma honra impagável. Produzir musicalmente alguém dentro de um estúdio de gravação exige muita convivência pessoal, pois é preciso fazer brotar aquele artista de si mesmo - então, quando fazemos isso, construímos juntos uma história.

Que igreja você freqüenta?
Sou presbiteriano, atualmente membro da Igreja Presbiteriana do bairro da Saúde, em São Paulo.

Após o sucesso de É proibido pensar, seus fãs ficam na expectativa do que virá em seguida. Já há outro álbum em andamento?
O próximo trabalho é um CD chamado Do outro lado do mar, com muitas participações importantes e músicos fantásticos. O título do CD é de uma das canções que compus com o pastor Caio Fábio, há muitos anos. A letra fala sobre o encontro de Jesus com o endemoninhado gadareno, que aconteceu depois que o Senhor mandou o mar se acalmar durante a travessia. Sai até o fim do ano, se Deus permitir.

Para quem quiser ver o vídeo da música É proibido pensar no YouTube, é só acessar: http://www.youtube.com/watch?v=87ubQOyrtZQ

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Batman na vida real.

Batman poderia existir, mas não viveria muito tempo
De todos os super-heróis, Batman é o mais terrestre. Não tem super poderes oriundos de um mundo distante e tampouco foi mordido por uma aranha radioativa.
Tudo que o protege do Coringa e outros vilões de Gotham City é sua inteligência e um físico moldado por anos de treinamento - combinados a uma vasta fortuna para alcançar seu potencial máximo e equipá-lo com Batmóveis, Batcabos e outros Bat-apetrechos, é claro. (...)
Para investigar se alguém como Bruce Wayne poderia fisicamente se transformar em uma devastadora gangue de um homem só, o site Scientific American procurou E. Paul Zehr, professor associado de cinesiologia e neurociência na Universidade de Vitória na Columbia Britânica e praticante de Chito-Ryu karate-do há 26 anos.
O livro de Zehr, "Becoming Batman: The Possibility of a Superhero", da The Johns Hopkins University Press, com lançamento previsto para outubro, trata exatamente da nossa questão. (...)


Scientific American: O que os gibis e filmes nos contam a respeito das habilidades físicas de Batman?E. Paul Zehr: Há uma citação de Neal Adams, um grande desenhista de Batman, que diz que o homem-morcego venceria ou poderia participar de todas as competições das Olimpíadas. Se eu fosse seu treinador, provavelmente o colocaria no decathlon.
Embora Batman seja mostrado nos gibis como o mais forte e o mais rápido e todas essas outras coisas, na verdade não é possível ser tudo isso de uma só vez.
Para ser Batman corretamente, o que você realmente precisa é ser excepcionalmente bom em muitas coisas diferentes. É quando você junta todos os pedaços que você tem o Batman.

Scientific American: O que é mais plausível na caracterização das habilidades de Batman?
E. Paul Zehr: Você poderia treinar alguém para ser um fabuloso atleta e ter uma experiência significativa em artes marciais, e também para usar alguns de seus equipamentos, que exigem uma grande proeza física. A maior parte do que você vê ali é viável no nível de que alguém poderia ser treinado àquele extremo. Veremos esse tipo de coisa em menos de um mês, nas Olimpíadas.

Scientific American: O que é menos realista?
E. Paul Zehr: Um ótimo exemplo está nos filmes, quando Batman luta contra múltiplos oponentes e de repente está enfrentando 10 pessoas. Se você apenas estimar a rapidez com que alguém pode socar e chutar, e quantas vezes você pode atingir uma pessoa por segundo, chega-se a números como cinco ou seis. Isso não significa que você conseguiria lutar com cinco ou seis pessoas. Mas também é difícil para quatro ou cinco pessoas atacarem alguém simultaneamente, por ficarem no caminho uns dos outros. Mais realista seria haver dois agressores.

Scientific American:Por quanto tempo Bruce Wayne teria de treinar para se tornar Batman?
E. Paul Zehr: Em algumas das linhas do tempo vistas nos gibis, a história é que ele fica fora por cinco anos - algumas vezes são de três a cinco anos, ou oito anos, ou doze. Em termos das mudanças físicas (força e condicionamento), isso está acontecendo bem rapidamente. Estamos falando de três a cinco anos. Considerando as habilidades físicas necessárias para se defender de todos esses oponentes o tempo todo, eu diria de 10 a 12 anos. Provavelmente a representação mais realista de Batman e seu treinamento estejam em "Batman Begins."

Scientific American: Por que um tempo de treinamento tão longo?
E. Paul Zehr: Batman realmente não pode se dar ao luxo de perder. Perder significaria a morte - ou pelo menos a impossibilidade de ser Batman novamente. Mas outro ponto importante seria ter habilidades suficientes para se defender sem matar ninguém. Porque isso faz parte de seus princípios. Seria muito mais fácil lutar contra alguém se você pudesse incapacitá-lo com força extrema. Atingir alguém na garganta poderia ser um golpe letal. Isso é bem fácil de fazer.
Mas se você está pensando em algo que não resulte em força letal, isso é mais delicado. Ser tão bom, lutar sem ferir ninguém de forma letal, exige um nível extremamente alto de habilidade que levaria talvez de 15 a 18 anos para ser acumulado.

Scientific American: De onde vem o número de 15 a 18 anos?
E. Paul Zehr: Vem do meu próprio treinamento em artes marciais e do aprendizado de quanto tempo uma pessoa leva para responder a situações simples, sem falar nas complexidades de bombas de fumaça explodindo e pessoas usando grandes Bat-trajes. Não importa quanto treinamento você tenha, quando estamos sujeitos a uma grande quantidade de stress psicológico, cometemos muito mais erros.
A polícia fala nisso quando utiliza o chamado treinamento baseado na realidade. Levam-se anos e anos e anos para se ter a segurança de ser capaz de agir quando alguém está atacando você de verdade.

Scientific American: O que é um regime de treinamento realista?
E. Paul Zehr: Eu não coloquei um manual de treinamento no meu livro, mas seria interessante fazer um treinamento de pesos especializado para desenvolver a habilidade de trabalhar em uma taxa muito alta durante talvez 30 segundos a um minuto (o período máximo de tempo associado com suas lutas).
Um dos primeiros gibis o mostra levantando um peso enorme acima de sua cabeça. Esse não é o tipo correto de adaptação para socar e chutar. Ele precisa se assegurar de que esteja usando todas as habilidades treinadas ao mesmo tempo, para que realmente utilize as adaptações (físicas) lentamente obtidas. Nas artes marciais convencionais, quando pessoas recebem treinamento com armas, trata-se de um tipo de treinamento de poder e força.

Scientific American: Que efeitos todo esse treinamento teria no corpo de Bruce Wayne?
E. Paul Zehr: Pesquisei o que a DC Comics e alguns outros livros dizem (sobre o físico de Batman). Assumi a estimativa de que Bruce Wayne começou com aproximadamente 1,90m e 84 quilos. Dei-lhe 20% de gordura corporal (levemente abaixo da média) e um índice de massa corporal de 26. Digamos que depois de 10 ou 15 anos, depois de transformado em Batman, ele pese cerca de 95 quilos com 10% de gordura corporal. Ele provavelmente ganhou mais de 20 quilos de músculos. Seus ossos realmente seriam mais densos, o oposto da osteoporose.

Scientific American: Estamos falando de ossos densos de uma forma fora do comum?
E. Paul Zehr: A mudança percentual é bem pequena, talvez 10%. No judô, onde se vê muitos agarramentos e tombos, você terá mais densidade nos ossos longos do tronco. No karatê e outras artes marciais onde ocorrem muitos chutes, haverá uma densidade bem maior nas pernas. O Muay Thai (kickboxing) é um ótimo exemplo. Eles sempre dão esses chutes com a tíbia. Eles tentam condicionar o corpo chutando objetos progressivamente com mais força e por mais tempo.

Scientific American: E quanto ao tempo de reação?
E. Paul Zehr: Há evidências de que especialistas em algo como futebol americano e hóquei têm uma habilidade aprimorada para perceber o movimento no tempo. No livro uso o exemplo de Steve Nash arremessando a bola, mesmo que ele não possa ver onde o recebedor do passe estará. Especialistas são capazes de extrair mais informação com maior rapidez que os outros. É quase como se os seus sistemas nervosos ficassem mais eficientes.

Scientific American: Como Batman conseguiria descansar o suficiente?
E. Paul Zehr: A dificuldade para Batman é que ele precisa tentar dormir durante o dia. Ele ficará muito cansado, na verdade, a menos que possa realmente trocar o dia pela noite. Se fosse apenas um sujeito noturno, ele seria muito mais saudável e teria um sono bem melhor do que se continuasse a se comportar como faz hoje, que é receber alguma luz aqui e ali. Isso vai estragar seus padrões e duração do sono.

Scientific American: Combater os criminosos de Gotham todas as noites não teria seu preço?
E. Paul Zehr: A parte mais irreal da forma como Batman é retratado é a natureza de seus ferimentos. Na maior parte do tempo, nos gibis e nos filmes, mesmo quando ele ganha, geralmente acaba levando uma boa surra. Há um fracasso real em mostrar o efeito acumulativo disso. No dia seguinte ele está fazendo a mesma coisa, tudo de novo. É mais provável que ele estivesse cansado e ferido.

Scientific American: Há alguma indicação nos quadrinhos da longevidade da carreira de Batman?
E. Paul Zehr: Os gibis são realmente vagos em relação a isso, obviamente. Em "O Retorno do Cavaleiro das Trevas", de Frank Miller, ele mostra deliberadamente um Batman envelhecido voltando da aposentadoria, e o destaca como estando mais fraco e cansado. Em algum lugar entre 50 e 55 anos, ele provavelmente se aposenta. Seu desempenho está decaindo. Está sempre enfrentando adversários mais jovens. Isso é bem no fim de quando ele será capaz de se defender e não ter de lidar com aquela força letal. Isso foi mostrado em uma série animada chamada "Batman Beyond."

Scientific American: Ah, sim. É o futuro; Batman está velho e treina um garoto para substituí-lo.
E. Paul Zehr: Você conhece aquela série? O que aprendemos é que Batman, já mais velho, mas antes de se aposentar, realmente usou uma arma contra um malfeitor, porque precisou fazê-lo. Suas habilidades o deixaram na mão de forma que ele não foi capaz de se defender sem machucar outra pessoa. E foi aí que ele decidiu se retirar da cena.

Scientific American: Como todas as surras afetaram sua longevidade?
E. Paul Zehr: Lembrando que ser Batman significa nunca perder: se você analisar eventos consecutivos onde lutadores profissionais tiveram de defender seus títulos - Muhammad Ali, George Foreman, Ultimate Fighters -, o período mais longo que encontrará é de cerca de dois ou três anos. Isso de certa forma bate com a carreira média dos runningbacks (corredores do futebol americano) da NFL. É de aproximadamente três anos. (Essa é a estatística que consegui no site da Associação de Jogadores da NFL.) A questão é que não é muito longa. É muito duro se tornar Batman em primeiro lugar, e é duro se manter quando você chega lá.

Scientific American: Há uma pesquisa sugerindo que concussões podem gerar depressão em jogadores da NFL. Esse poderia ser um motivo pelo qual o Cavaleiro das Trevas é tão pensativo?
E. Paul Zehr: Passei por muitos quadrinhos e Graphic Novels e só encontrei um par de exemplos onde alguns dos golpes na cabeça de Batman tiveram o efeito de algo como uma concussão. Na vida real, esse seria um resultado bastante provável. Ele é capaz de compensar alguns dos danos físicos à sua cabeça porque o uniforme funciona um pouco como um capacete. Mas esses golpes definitivamente somariam. Já que eles não admitem que ele tenha concussões, você não pode defini-las como a razão pela qual ele é pensativo.

Scientific American: Você acha que Batman tomaria esteróides para se curar mais rapidamente?
E. Paul Zehr: Não. Há um gibi onde ele tomou esteróides. Ficou um pouco louco e desistiu deles.

Scientific American: Na sua opinião, quantos de nós poderiam se tornar um Batman?
E. Paul Zehr: Se pegarmos a porcentagem de bilionários e multiplicarmos pela porcentagem de pessoas que se tornam atletas olímpicos, provavelmente chegaríamos a uma estimativa próxima. O ponto mais importante é o que um ser humano realmente consegue fazer. O alcance do desempenho que você pode conquistar é simplesmente enorme.

The New York Times

Fonte: Terra.

SPFC soma 1.501 gols em Nacionais.

Marca histórica: O gol de Rogério Ceni na vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo foi histórico, já que tornou o São Paulo no primeiro time a alcançar a marca de 1500 tentos em Brasileiros. Com os dois gols deste domingo, o Tricolor soma agora 1.501 em Nacionais, acima de todos os outros clubes do país.

Fonte: Gazeta Esportiva.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

The Nearness of You - Norah Jones


Não é a pálida lua que me excita
Its not the pale moon that excites me

que me faz tremer e sentir prazer.
that thrills and delights me.

Oh não! É simplesmente
Oh no! Its just

a proximidade de você.
the nearness of you.


E não é sua doce conversa
It isn't your sweet conversation

que traz esta sensação.
that brings this sensation.

Oh não! É simplesmente
Oh no! Its just

a proximidade de você.
the nearness of you.


Quando você está nos meus braços
When you're in my arms

e eu sinto você tão pertinho de mim
and I feel you so close to me

todos os meus sonhos felizes
all my wildest dreams

viram realidade.
came true


Eu não preciso de nenhum gentil gesto para me encantar
I need no soft lights to enchant me

se você simplesmente der sua mão direita
if you'll only grant me the right

para segurar bem apertado
to hold you ever so tight

e sentir à noite
and to feel in the night

a proximidade de você.
the nearness of you.

Fonte: Vagalume.

Maravilhosa Graça.


Fonte: Editora Vida.

Falamos da graça com freqüência, mas será que a entendemos? Será que realmente cremos nela? Em Maravilhosa graça, Philip Yancey discute por que os cristãos, chamados para espargir o aroma da graça, preferem emitir a fumaça cancerígena da ausência de graça.

Para o autor, é preciso responder qual é a aparência de um cristão cheio de graça, em oposição à ausência de graça que “opera como um pano de fundo estático ao longo da vida das famílias, das nações e das instituições. Ela é, infelizmente, nosso estado humano natural!”.

Em seu livro mais pessoal e provocativo, Yancey oferece retratos fortes e verdadeiros da vida sob a graça — o poder que transforma. Para os abismos resultantes da ausência de graça, há apenas um remédio do qual dependem o cristão e a igreja. Descubra como lidar graciosamente com questões controversas que ameaçam tudo aquilo que nós — cristãos — consideramos caro!

Yancey mexe na ferida da igreja - ou em uma delas - quando relata o caso da prostituta que, passando por dificuldades é convidada a ir a uma igreja cristã evangélica para obter ajuda, e a mesma retruca dizendo: "Ir lá? Para quê? Para me sentir pior do que realmente estou?" (é mais ou menos assim) Nós cristãos, principalmente os evangélicos, cometemos o pecado de acharmos que somos melhores que os outros, em todos os sentidos. O pecado da iniqüidade.

domingo, 20 de julho de 2008

" Saudade de Minha terra"

Tadeu Pereira

O homem, longe da sua terra, vive em um entrecruzamento marcado pela saudade dos tempos de outrora e a realidade “atual” a ser desbravada. As lembranças de uma terra reveladora da hospitalidade de sua gente, do acolhimento travestido nas trocas de experiências, do contanto humano no viver a cidade que se dá por meio da simplicidade, da percepção de grandeza da vida, que valorizam tais valores, são legados ao esquecimento na mesma velocidade sócio-temporal em que se vive nas grandes cidades.

Longe de sua terra, o homem se vê entre a saudade desta e a busca por melhores condições de sobrevivência. O retorno ao lar, à simplicidade da vida, lhe causa medo, assombro, a não possibilidade de sonhar, na medida em que não há com o que sonhar em uma terra sem expectativa de sonhos. Por outro lado, diante dessa grande selva de pedra, entre o ir e vir do lar ao trabalho, do trabalho ao lar, o homem vai transformando o seu jeito de pensar, o seu olhar sobre a vida na busca por um sentido. Diante disto nos perguntamos: em que consiste o percurso errante dos filhos dos "Vales", que numa terra de riquezas vivem na pobreza?

Fonte: Diário do Jequi.