As Crônicas de Gelo e Fogo

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dia Nacional da Consciência Negra: homenagem a dois líderes afro-brasileiros

O dia 20 de novembro foi estabelecido pelo projeto lei número 10.639, de 9 de janeiro de 2003, como dia da Consciência Negra. Foi escolhido, pois neste dia, no ano de 1695, morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Homenagem mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Os quilombos simbolizavam a resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva de manutenção da cultura africana no Brasil. Zumbi morreu em combate defendendo a liberdade do seu povo, sua cultura e sua comunidade.


A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888, no final do período do Brasil Império. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.


A criação desta data serve como momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos. É um dia que devemos comemorar valorizando a cultura afro-brasileira.

Sempre ocorreu uma valorização de personagens históricos de cor branca como se a História do Brasil tivesse sido construída somente por europeus e seus descendentes. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e esperamos que outros personagens de origem africana sejam valorizados por nosso povo.


Outro exemplo de liderança na luta pelos direitos e em prol da liberdade foi João Cândido Felisberto, o “Almirante Negro”, como ficou conhecido popularmente na época. Nascido na Província do Rio Grande do Sul, em 1880, alistou-se na Marinha do Brasil em 1894, aos 13 anos de idade, como Aprendiz de Marinheiro.

Em 1908, ao acompanhar a construção de navios de guerra encomendados pelo governo brasileiro na Inglaterra, Cândido tomou conhecimento do movimento realizado pelos marinheiros britânicos entre 1903 e 1906, reivindicando melhores condições de trabalho. De volta ao Brasil, encontrou os marinheiros revoltados com a alimentação estragada, os trabalhos pesados e a humilhação dos castigos corporais que faziam da chibata um hábito cotidiano. Revoltaram-se na madrugada de 22 para 23 de Novembro de 1910, ele então liderou a Revolta da Chibata pela dignidade humana na marinha e em nosso país durante o período do Brasil República.

Sob seu comando, amotinaram-se as tripulações dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo. Mais de 2000 marinheiros participaram no movimento. A cidade do Rio de Janeiro foi mantida durante quatro dias sob os canhões dos revoltosos. O ultimato enviado ao recém empossado Presidente da República, Hermes da Fonseca, representou um marco na luta pela dignidade de nosso povo:

"Ilmo. e Exmo. Sr. Presidente da República Brasileira. Nós marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha Brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá, (...) rompemos o véu negro, que nos cobria aos olhos do enganado e patriótico povo. (...) mandamos esta honrada mensagem para que V. Excia. faça (...) reformar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo, e outros castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo; (...) educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda. (...) Tem V.Excia, o prazo de 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória sob pena de ver a pátria aniquilada. – (assinado) Marinheiros."

No dia 25 de Novembro de 1910, o Congresso rapidamente aprovou as reivindicações dos marujos incluindo a anistia. João Cândido, confiando nessa decisão, encerrou a rebelião, recolhendo as bandeiras vermelhas dos mastros, no dia 26, e tendo "o mais infame dos desfechos", segundo Oswald de Andrade: três dias depois, o Ministro da Marinha decretou a expulsão dos líderes rebeldes. Os marinheiros tentaram reagir, mas o governo lançou violenta repressão com mortes e deportações. João Cândido foi preso permanecendo por 18 meses em prisão subterrânea na Ilha das Cobras (RJ). Solto, tuberculoso, restabeleceu-se como vendedor do mercado de peixes da cidade do Rio de Janeiro, onde morreu em 1969, sem patente e na miséria.

Leandro Ferraz Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela UFU-MG

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Homens X Mulheres


X

Universidade em São Paulo quer ter o direito de ser homofóbica



Ao utilizar como justificativa diversas citaçõe da bíblia, a Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo –publicou em seu site um manifesto através do qual exprime a sua opinião quanto à lei que caracteriza homofobia como um crime. Leia abaixo:


Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia

O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.

Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada. A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:

“Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “. . . desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).

A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo”.

Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie


Fonte: Blogdafolha, em 11 de novembro.

sábado, 20 de novembro de 2010

Papa diz aceitar uso de preservativo 'em certos casos'

Sáb, 20 Nov, Yahoo!Notícias

O papa Bento XVI disse que o uso de preservativos é aceitável "em certos casos", principalmente "para reduzir o risco de infecção por HIV". A afirmação consta no livro que será lançado nesta terça-feira, aparentemente abrandando sua firme oposição contra o contraceptivo.

Em uma série de entrevistas publicadas na Alemanha, sua terra natal, o papa de 83 anos foi questionado se "a Igreja Católica não é fundamentalmente contra o uso de preservativos". O papa respondeu que a "Igreja não vê o preservativo como uma solução real e moral mas, em certos casos, onde a intenção é reduzir o risco de infecção, ele pode ser utilizado como um primeiro passo para outro, mais sexualmente humano", disse o papa.

O novo volume, cujo título é "Luz do Mundo: o Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos", é baseado em 20 horas de entrevistas conduzidas pelo jornalista alemão, Peter Seewald. As informações são da Dow Jones.

50 anos do Mundial de Eder Jofre



Não é só no futebol que o São Paulo faz história internacional. Dia 18/11/2010 marcou os cinquenta anos da conquista mundial do maior pulgilista brasileiro de todos os tempos: O São Paulino Eder Jofre.



Fonte: Blog do Torcedor do SPFC.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Monge se isola em topo de rocha na Geórgia

Maxime Kavtaradze está reconstruindo antigo monastério em área remota há 13 anos.


Da BBC (G1 Mundo)

Um monge ortodoxo da Geórgia decidiu se isolar do mundo e morar no topo de uma rocha.

Maxime Kavtaradze, de 55 anos, está reconstruindo um monastério em Chiatura, uma área remota do país. Assista ao vídeo.

A maioria dos georgianos é ortodoxa. Cerca de 450 prédios, entre igrejas e monastérios, foram reconstruídos no país nos últimos cinco anos, com financiamento do governo.

Mas, o trabalho no topo da rocha é mais difícil e já dura 13 anos. O monge leva para o alto cada uma das pedras usadas na construção.

O monastério no topo da rocha. (Foto: BBC)Um outro monge viveu no monastério há 500 anos, e a ossada dele ainda está guardada no local.

Kavtaradze diz que quer ficar no topo da rocha e ainda está esperando a bênção do líder da Igreja Ortodoxa.

A reconstrução do monastério do topo da rocha é parte do renascimento da Igreja Ortodoxa da Geórgia que, com o financiamento do governo e mais fiéis, viu sua popularidade aumentar.